quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Como as folhas caem - Poemas que toda criança deveria saber

Como as folhas caem

"Vou dizer-lhe como as folhas caem,"
Para suas crianças, a grande Árvore disse:
"Vocês estão sonolentos, Amarela e Marrom,
Sim, muito sonolentos, pequena Vermelha.
Já é hora de ir para a cama."

"Ah!" implorou cada simples folha, debatendo-se,
"Deixe-nos ficar um pouco mais;
Querido Pai Árvore, eis a nossa dor!
É um dia tão agradável,
Não queremos ir embora."

Então, por mais um feliz dia
Na grande Árvore as folhetes se agarravam,
Brincavam e dançavam e conseguiram o que queriam,
Sobre eles a brisa do outono balançou,
Sussurrando todos os esportes possíveis-

"Talvez a grande Árvore esquecerá,
E deixe-nos ficar até a primavera,
Se todos nós implorarmos, e persuadir e insistir."
Mas a grande Árvore não deixou;
Ele sorriu ao ouvir seus sussurros.

"Venham, crianças, todos para a cama." ele insistiu;
E antes que as folhas iniciassem suas orações,
Ele balançou a cabeça, longe e distante,
Esvoaçante e farfalhando em todos os lugares,
Acelerou os folhetes pelo ar,

Eu os vi; no chão eles estão,
Dourado e vermelho, um enxame amontoado,
Esperando um de muito longe,
Lençóis brancos e empilhados sobre seu braço
Viria para embrulhá-los em segurança e os acolher.

A grande Árvore nua olhou abaixo e sorriu.
"Boa noite, queridas pequenas folhas." ele disse.
E debaixo cada criança adormecida
Respondeu, "Boa noite." e murmuraram,
"É tão bom ir para cama!"

Susan Coolidge.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Postuma Necat - Capítulo VIII - O Clube Dumas

Postuma Necat

– Ninguém responde?                            
    Não.                                                  
– Muito pior. Então é porque está morto. 
                
Lucas Corso conhecia melhor que ninguém um dos grandes inconvenientes de seu ofício: as bibliografias as datam eruditos que não há visto os livros que citam, e só apoiam-se em relações de segunda mão, dando por válidas as características consignadas por outros. Desta forma, um erro ou uma resenha incompleta podem circular durante gerações sem que nada repare nele até que, por casualidade, alguém o coloca na luz. Esse era o caso de As Nove Portas. Apesar de sua obrigada menção nas bibliografias canônicas, as referências mais precisas incluíram sempre descrições someras das nove gravuras, sem menores detalhes. Sobre a segunda lâmina do livro, todos os textos conhecidos mencionavam um ancião com aspecto de sábio ou ermita, parado diante de uma parte com duas chaves na mão; porém ninguém se ocupou nunca de concretar em que não segurava as chaves. Agora Corso tinha uma resposta: na esquerda, a gravura do Um; na direita, no número Dois.
Ficava por saber o que ocorria com o número Três; porém isso era impossível averiguar, ainda. Corso esteve na Quinta da Solidão até o anoitecer. Trabalhou muito à luz do candelabro, tomando notas sem parar, revisando uma e outra vez ambos exemplares. Estudou as lâminas uma por uma até confirmar sua hipótese. E apareceram novas provas. Por fim observou seu espólio em forma de notas sobre o pedaço de papel, quadros e diagramas com estranhas relações entre uns e outros. Cinco lâminas dos exemplares Um e Dois não eram idênticas. Ainda mais da mão com o que ancião sujeitava as chaves na numerada II, o labirinto da III não tinha ou tinha saída, segundo se tratava de um ou outro exemplar. Na lâmina V, a morte mostrava um relógio com a areia abaixo, no Um, ou com a areia na parte superior, no Dois. Quanto ao tabuleiro de xadrez da VII, suas casinhas eram brancas no exemplar de Varo Borja e pretas no de Fargas. E na numerada VIII, o carrasco a ponto de decapitar uma jovem ficava convertido, por efeito de uma aura em torna da cabeça, um arcanjo vingador.

Pequeno Lírio Branco - Poemas que toda criança deveria saber

Pequeno Lírio Branco

Pequeno Lírio Branco
Pousada à uma pedra,
Pendurada e esperando
até o sol brilhar.
Pequeno Lírio Branco
que o brilho do sol alimentou;
Pequeno Lírio Branco
está levantando sua cabeça.

Pequeno Lírio Branco diz:
"É bom, comida e roupa
de Pequeno Lírio Branco."
Pequeno Lírio Branco
vestida como noiva!
Brilhando com clareza.
E coroada além!

Pequeno Lírio Branco
Pendurada com dor.
Esperando e esperando
Pela molhada chuva.
Pequeno Lírio Branco
Encobre sua taça;
Chuva cai fugazmente
E a enche.

Pequeno Lírio Branco diz:
"Bom novamente,
 Quando estou com sede
E tem uma chuva boa.
Agora estou mais forte.
Agora estou fresca;
O calor não pode me queimar,
Minhas veias estão cheias."

Pequeno Lírio Branco
Tem um cheiro doce;
Na sua cabeça está o brilho do sol,
Nós pés, a chuva.
Obrigado ao brilho do sol.
Obrigado à chuva.
Pequeno Lírio Branco
está feliz novamente.

George MacDonald.